ACMN
Arquivo da Cúria Metropolitana de Niterói
Rua Bispo D. João da Mata, 33 - Ititioca
CASA DE RETIRO DO ATALAIA
E-mail: arquivo@arqnit.org.br e arquivo.atendimento@arqnit.org.br
Histórico:
A igreja de São Francisco Xavier está situada num outeiro entre os bairros de São Francisco e Charitas na cidade de Niterói-RJ, e foi construída primeiramente como capela por volta de 1572, por José de Anchieta, com auxílio de índios aliados de Araribóia, nas terras que era de propriedade dos Jesuítas, que no lugar fizeram um aldeamento.
Posteriormente, entre os anos de 1662 e 1696 foi construído o templo que vemos ainda hoje pelo irmão jesuíta Lourenço Gonçalves, cercada de árvores e com vista para o Saco de São Francisco, como era chamado.
Após o ano de 1759, fase de expulsão dos jesuítas dos domínios portugueses, a igreja passou a ser parte de uma fazenda particular (passando por vários proprietários). Com a Lei Provincial do ano de 1869 o templo e as terras adjacentes foram desapropriados, destinando parte da área para a construção de uma praça pública e do cemitério local (que existe ainda hoje). Por ocasião da Proclamação da República, o governador do Rio de Janeiro através da Portaria de 08/05/1891, entregou a capela e seu patrimônio às autoridades eclesiásticas.
Em 1929, Dom José Pereira Alves, então bispo da Diocese de Niterói, entregou a igreja de São Francisco Xavier aos padres da Congregação de Dom Orione, pequena obra da Divina Providência, fundada na Itália em 1899; e até os dias atuais a igrejinha está sob os cuidados da mesma congregação religiosa.
Em relação a sua construção é um templo de pedra e cal, com uma nave única com púlpito lateral, e capela-mor ao fundo, na qual se encontra o altar de madeira contendo uma pintura alegórica, conservando o púlpito, e com uma imagem em madeira de São Francisco Xavier. O templo possui também uma pia batismal feita pelos índios (de forte influência da cerâmica tamoia) e um armário de jacarandá, esculpido em data de 1696. Completando o conjunto de objetos existentes, pode-se ressaltar o marco de pedra da medição das terras, fincado em 1730, à subida do outeiro; e na fachada dos fundos, voltado para o nascente, e na lateral, ao norte, a igreja possui dois relógios de sol, com as insígnias da Companhia de Jesus.
Sua fachada principal apresenta uma única porta de verga reta, ladeada por duas pequenas janelas e encimada por outra de igual proporção retangular ao nível do coro. Uma torre sineira, de pequena altura, encontra-se disposta entre o corpo da nave e ao que era a casa dos padres, a qual envolve toda a edificação religiosa. Seu coroamento se faz por uma simplificação de frontão triangular, guarnecido por telhas capa-e-canal. Essa fachada foi amplamente alterada, no final do século XIX, tendo sido restaurada a sua fisionomia original, em 1937, pelo IPHAN.
A igreja foi tombada pelo IPHAN em data de 20 de maio de 1938, e conforme o próprio relatório menciona, “o tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN. O tombamento inclui também o outeiro onde está situado e o antigo marco jesuítico localizado no sopé”.
Capelas:
1.Bom Pastor, Morro do Preventório – Charitas;
2.Imaculado Coração de Maria (1976), São Francisco;
3.Nossa Senhora da Conceição, Várzea/Jurujuba;
4. São Pedro (08.12.1945), Jurujuba;
5. São Luiz Orione, Grota.
Fontes:
http://portal.iphan.gov.br/ans.net/tema_consulta.asp?Linha=tc_belas.gif&Cod=1645
https://issuu.com/jmjrio2013/docs/itinerariosdefe_pt/4
Secretaria Municipal de Cultura. Niterói: Patrimônio Cultural. Departamento de Preservação e Reabilitação do Patrimônio Cultural/ Departamento de Memória e Cultura. Niterói: Niterói Livros, 2000.
PIMENTEL, L. 14 Igrejas que contam a história de Niterói. Niterói: EDUFF, 1986.