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Freguesia de Santo Antônio de Sá

Itaboraí-RJ

Histórico:

A sesmaria, próxima aos rios Macacu e Cassarebu, foi concedida a Cristóvão de Barros e Miguel Moura, em 1567. Poucos anos depois, a parte que cabia a Miguel de Moura foi doada, por escritura, aos jesuítas, os quais, por sua vez, venderam uma porção das terras a Manuel Fernandes Ozouro, proprietário que, em 1612, mandou que fosse erguida uma capela no pequeno povoado em honra a Santo Antônio. 

Transcorridos doze anos, em 1624, a capela foi elevada à condição de capela curada, passando a receber visitas religiosas com regularidade. Vinte anos depois, a construção se tornou uma paróquia, sendo uma das quatro primeiras freguesias instituídas no recôncavo do Rio de Janeiro.

No entanto, foi apenas nas imediações do fim do século, em 1697, que a localidade de Santo Antônio de Macacu recebeu o título de vila, a primeira do recôncavo fluminense, tornando-se então Vila de Santo Antônio de Sá, em homenagem a Artur de Sá Menezes, governador da capitania. As freguesias de São João Batista de Itaboraí, da Santíssima Trindade, de Nossa Senhora da Ajuda de Guapimirim (também chamada de Nossa Senhora da Ajuda de Cernambipiba), Nossa Senhora da Conceição do Rio Bonito e Nossa Senhora do Desterro de Itambi, eram subordinadas à Vila de Santo Antônio de Sá até o século XIX, quando tais territórios foram gradativamente fracionados.

A documentação produzida na Igreja de Santo Antônio de Sá, sob a guarda do Arquivo da Cúria Metropolitana de Niterói, corresponde a livros de assentos de batismos, de casamentos e de óbitos a respeito de escravos, forros e livres que ali residiram. O livro mais antigo aborda os batismos de livres a partir 1652.

 

  • Convento de São Boaventura

           

A 20 de novembro de 1649 foi lançada a pedra fundamental da construção que viria a se transformar no Convento de São Boaventura, nas imediações da Igreja de Santo Antônio de Sá. Uma Casa Provisória, ou Recolhimento, foi erguida para abrigar os frades ao longo das obras do convento, iniciadas em 1660 e concluídas na década seguinte. 

Em 1764, um decreto pombalino proibiu o aceite de noviços sem autorização do governo, medida que cerceou o ingresso ao noviciado. Entretanto, a despeito do declínio da função do convento, os franciscanos decidiram reconstruí-lo com mais imponência, do que hoje restam apenas as ruínas da construção de outrora. As epidemias de cólera e malária que se alastraram no recôncavo do Rio de Janeiro, no século XVIII, são fatores que se somaram à decadência da localidade, e, em 1841, as portas de São Boaventura foram fechadas. 

No século XX, as ruínas passaram aos beneditinos em 1922, e posteriormente foram vendidas a outros proprietários. Em 1978 os remanescentes da construção foram tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), e em 1980 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Atualmente, as ruínas estão em uma propriedade privada, sem acesso à visitação, correspondente ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, em Itaboraí.

Fontes:

COSTA, Gilciano Menezes. A escravidão em Itaboraí: uma vivência às margens do rio Macacu (1833-1875). Dissertação de Mestrado – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2013. Niterói, 2013. 197f.

RIBEIRO, Rosa Maria Costa. O Convento de São Boaventura e a Vila de Santo Antônio de Sá – história e arquitetura. IN: FERREIRA-ALVES, Natália Marinho (coord). Os franciscanos no mundo ibérico. Porto: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, 2009. 12p.

Ruínas do Convento de São Boaventura. http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/ruinas-do-convento-de-sao-boaventura. Acesso em 23/10/2019.

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